Uma Linda História de Amor


Uma linda história 
de amor



     Desde que descobri que tinha essa doença e que era terminal, nunca mais fui eu mesmo. 

     Antes era calmo e reservado, agora sou o contrário disso. Tento ao máximo aproveitar os últimos anos que me restam das melhores formas. Fazendo tudo que quero; fazendo tudo que não quero; fazendo tudo que não tinha coragem de fazer.
De nada adianta ficar deitado na cama se deprimindo e esperando o dia chegar. De nada adianta por limites na vida. De nada adianta.

     Poucas pessoas sabem da minha doença, poucos compartilham esse medo comigo – mesmo o meu não sendo aparente. Não quero que me vejam como um coitado que logo irá morrer, que vai deixar saudades por um tempo e depois ser esquecido. Nunca gostei que tivessem pena de mim. Mas não é só a mim que isso diz respeito. Enquanto curtia mais uma das várias noitadas, conheci a pessoa que seria o amor de toda minha vida – se a tivesse por completa. Ela era perfeita aos meus olhos, perfeita aos demais olhos. Tudo que um homem sempre quis. Pode-se dizer que é um sonho de consumo. Já nos amávamos logo ao primeiro olhar, logo ao primeiro riso, logo ao primeiro suspiro. Já nos amávamos logo ao primeiro toque. Isso eu chamo de amor a primeira vista, apesar de alguns não acreditarem. 
A cada dia lento que se passava na minha, nossa vida nada monótonas, amor era tudo que se podia ver. Era possível ver a quilômetros de distância. E eu aproveitava tudo da melhor maneira.

    “Somos como uma só pessoa”, isso que dizem por aí. Ficamos conhecidos por, praticamente, toda a cidade por sempre estarmos viajando e curtindo. Todos os domingos, boto a mochila de couro nas costas, ela sobe na garupa e seguimos por terras desconhecidas. O vento sopra, tanto ao dela, como ao meu cabelo. Ela sabe tudo da minha vida, quer dizer, quase tudo. Não contei-lhe sobre a doença. No inicio, por medo do que pensaria. Agora, isso é apenas mais um detalhe que não quero que seja percebido. Não que esteja mentindo para ela, apenas quero poupá-la. E é assim que vivi meus últimos três anos, que vivi meus melhore três anos. Até que o dia logo iria chegar. Sim, eu estou com os dias contados. Como disse, poucos sabiam disso, então tento me aproveitar desse fato. 

     Aproveitei cada dia com minha família, principalmente com minha mãe e meu gêmeo. Eles são tudo para mim. Não importa o que aconteça. Quanto a ela, bem, eu não sei como vou contá-la. Não tenho a mínima ideia de como fazer isso. Penso na melhor forma todos os dias.

     Uma semana antes de ir, descobri o modo de fazer isso. Não iria contar diretamente sobre, mas, com certeza, alguém iria. Vi isto na internet. Propus a ela o desafio de ficar um dia completo sem se comunicar comigo, nada de telefones, mensagens ou bilhetes. Nada, completamente nada. E em troca a amaria para sempre.

      - Aceito. – Ela disse com um sorriso no rosto.

     Resolvemos que ela iria para a cidade vizinha, onde seus pais moravam e ela não podia dizer completamente nada sobre mim, nenhuma notícia.
Enquanto ela provavelmente ficaria esperando para que esse dia tenebroso passasse rapidamente, eu estava com aparelhos por todo o meu corpo. Não tinha mais forças para continuar no mesmo espaço que ela sem eles. 

     Olhava pela janela do meu quarto, a chuva caindo lá fora e imaginando o quanto isso iria fazer falta. Agora, que estou na etapa final, o medo se apoderou de mim. Não era bem o medo de morrer, e sim o medo de não poder fazer mais nada, de não está do lado de quem amo, de ver o sol, a lua. Com medo de nunca mais voltar e ver que nada passou de uma ficção.
O aparelho a cada hora que passava, indicava que meu coração está mais fraco, mas esses poucos batimentos são para uma pessoa em especial, a única que faz meu coração bater acelerado. Isso quer dizer que meu coração já não bate mais. Em todo esse tempo, não tirei sua fotografia da mão. Em todo esse tempo não parei de olhá-la. Ela é a última pessoa que quero ver quando partir. A sua voz é a última que quero ouvir. O seu toque, o último que quero sentir. Não queria ninguém comigo no quarto. Ninguém. Queria morrer apenas com ela. Apenas e exclusivamente.

     E por ironia do destino, eu não morri no dia combinado. Então, logo no primeiro minuto do próximo dia, ela me ligaria dizendo que conseguiu cumprir com o desafio. Eu sei, conheço-a por completo. Dito e feito. A sua voz era uma mistura de felicidade, surpresa e expectativa. 
Pronto, agora está tudo completo, não falta nada. Adeus mundo, nos encontramos num outro tempo, comigo num outro corpo. 

     Dei a última olhada para o aparelho e para sua fotografia e um bilhete.

----------


     O que a namorada não sabe, é que ele tinha câncer e este seria seu último dia de vida, porém, ela sabia que tinha algo por de trás de tudo isto. Sabia que o seu namorado não lhe contou sobre algo, que não estava completo, mas, mesmo assim, aceitou. Queria seu amor eterno.
Quando ela foi à casa do seu namorado, subiu as escadas e abriu a porta do seu quarto, o viu estirado na cama com aparelhos por todo o corpo. Aproximou-se lentamente dele e tocou-lhe com as pontas dos dedos, sua pele estava fria. No aparelho, mostrava uma linha reta. Lágrimas logo a invadiram os olhos e uma forte dor apoderou-se do seu coração. Havia o perdido. E foi então que percebeu que ele ainda tinha sobre si dois papéis: uma fotografia, sua fotografia e um bilhete. Ainda com as mãos tremulas abriu e leu a pequena, porém, significante frase.

“Você conseguiu, amor. E agora, você consegue fazer isso todo dia? Eu te amo.”

fonte:  ThBrasil


Penulis : Bruno ~ Sebuah blog yang menyediakan berbagai macam informasi

Artikel Uma Linda História de Amor ini dipublish oleh Bruno pada hari domingo, 18 de março de 2012. Semoga artikel ini dapat bermanfaat.Terimakasih atas kunjungan Anda silahkan tinggalkan komentar.sudah ada 0 komentar: di postingan Uma Linda História de Amor
 

0 comentários:

Postar um comentário